A MORTE DE SÃO SOUBERA

Armaram uma confusão

Pra descobrir quem sabia

Se eu soubesse eu não diria

Nem pra ganhar um milhão

Souberam que São João

Soubera do atentado

Mas quem fez o informado

Fizera uma traição

Como Dalila à Sansão

Mas foi logo ignorado.

Começou desmantelado

Eva enganando Adão

Dizendo que foi o Cão

Que tinha lhe atentado

Perguntaram a São Geraldo

Quem foi que matou “Soubera”?

E apertaram tanto “Gera”

Que ele ficou desmaiado

Mas não houve resultado

Porque nada obtivera.

O que-lê-lê acelera

Foi aumentando ao pressão

A prata virou latão

E o crime a ninguém coubera

A raça se mantivera

Com a boca de siri

Apanharam de entupir

E nenhuma resposta dera

Sobre a morte de Soubera

Ninguém pode descobrir.

Só para descontrair

Prenderam Antonio Silvino

E o Nêgo Capitulino

E tentaram desimbutir

E par ninguém fugir

Cada olho foi furado

E deram óculos quebrados

Para ninguém se confundir

Só para diminuir

O crime organizado.

Foi preso e amarrado

O Santo Sebastião

Espetaram o coração

Pra descobrir o mandado

E depois de transpassado

Perguntaram se soubera

Que foi que matou Soubera

Mas ele ficou calado

Porque também não soubera.

Vi nêgo virando fera

Quando chegou São Miguel

Pra soltar um Rafael

Pois ele preso estivera

Mas ele nada dissera

Porque também não sabia

Miguel furou a bacia

Quebrou o pau na Megera

Arrebentou a cratera

Escureceu no meio dia.

Foi ao maior agonia

Com Judas espindurado

Na corda, quase enforcado

Pra descobrir se sabia

Foi aquela latrumia

Pertinho da primavera

Ele deu prova sincera

De tudo quanto sabia

Vigiando noite e dia

E não viu quem matou Soubera.

Montaram numa pantera

Santo Cosme e Daminhão

E amarraram Santo Antão

No espinhaço de outra fera

- Quem foi que matou Soubera?

A um deles perguntei

Os três gritaram: - eu não soei!

Enquanto vivos estiveram

E a luta ficou mais séria

Dum, dum dum, tum, tum tum pêi!

Prosseguiu o aperrei

Puxaram Nero na perna

Tomaram sua lanterna

Depois de um toma e não toma

O doido pôs fogo em Roma

Só pra vê se descobria

Lhe jogaram água fria

Pra saber se ele estivera

Na hora que São Soubera

Não viu mais a luz do dia.

Então botaram um tapia

Pra saber de Lampião

Mas, levou tanto muxicão

Que até a fotografia

Escapuliu da parede

Ficou três anos de rede

Porque quebrou a bacia

E nada obtivera

Sobre a morte de soubera

De que tanto se queria.

Tocaram uma sinfonia

Pra Cancão e pra Curisco

Mas não ficou nem um cisco

Daquela benfeitoria

A poeira assubia

No quebra-pau que houvera

Quem perguntou por Soubera

Fez O Teste São Tomé

E teve que assistir de pé

O derrubar da tapera.

A morte de São Soubera

Ninguém achou o culpado

Eu quero deixar de lado

Pra vê se isso supera

Se isso foi mentira séria

Não sei dizer não Senhor

Ah! Se eu soubesse quem matou!

Quem foi que matou Soubera

Mas, não sei! Nem sei e nem soubera

Não soubera quem matou...!

Thiago Alves Poeta
Enviado por Thiago Alves Poeta em 26/01/2015
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