SOPA LITERÁRIA

Lave uma boa porção de porquês

em prosa corrente

e reserve.

Com um lápis bem apontado,

separe as sílabas

de inconstitucionalissimamente

e tempere com interjeições emotivas

e tremas a gosto.

Após desmanchar o sal da terra

em águas de março,

leve ao fogo da paixão,

com todos os demais ingredientes,

até se consumar o tempo

e o sentimento do mundo.

Depois de pronta,

sente-se naquela mesa,

em companhia da amada amante

e é comer e amar,

que rezar, só após a digestão.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador de Poesias, início de noite de domingo, na Lapa, 25/08/2013 –