Cobra

Embaixo das flores,
No jardim,
Havia uma enorme cobra.
Estava ali, bem perto.
Corpo entorpecido e enrodilhado na posição de descanso.
Antes que detectasse meu calor,
Decidi recuar.
Imaginei o bicho vindo em minha direção.
A língua bífida me ameaçando.
As salivares envenenadas
Transferindo-me o seu veneno
E a óbito me levando.
Inadvertidamente desperta.
Sem asas.
Sem patas.
Ziguezagueando começa a andar.
Se as rosa não falam Cartola
As cobras também não.
Vai ver ela estava ali
Para sentir o perfume que das rosas exalam.
Talvez fosse ela do bem,
Ou daquelas do tempo de Adão.
Deixo as cobras pra quem as quer,
Pra mim, com que tenho já tá bom.


(Esta também é do túnel do tempo)
Moacir Luís Araldi
Enviado por Moacir Luís Araldi em 12/07/2013
Código do texto: T4384466
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