A CRUEZA DA MELHOR IDADE
Se há desconforto por que melhor?
Perguntei ninguém soube informar.
Melhor idade! É uma duvida renhida,
Melhor seria que em nossa vida,
Não carecermos jamais de duvidar.
Melhor idade pra lá, melhor pra cá,
Nada disto consegue me convencer,
Que diabo é isso de melhor idade,
Se o velho sequer ganha paridade,
Seu ponto forte é pensar em morrer.
Ouvi um senhor que parecia ferver,
Espumava de tanto que praguejava,
Remédios dos quais ele precisa,
O seu paco dinheiro não disponibiliza,
Alimento necessário não comprava.
Melhor idade é aquela cuja dádiva,
É não ficar a sentir pelo corpo a dor,
É enxergar o que há a sua frente,
É não sentir os membros dementes,
Fora isto, todo o resto é um horror.
Quem é o pai desse ato, o criador?
Acredite foi um jovem ou um politico,
Mas sua vez por certo há de chegar,
Por socorro, este poderá chamar,
E ninguém escutará seu longo grito.
Melhor idade! Conteúdo de pinico,
Saúde boa! Pra quem olha e não vê,
Dói aqui, dói ali, vamos todos na boa,
Jogar cartas, na praça ficar atoa,
A espera do manto negro a descer.
Rio, 19/08/2012
Feitosa dos Santos
Se há desconforto por que melhor?
Perguntei ninguém soube informar.
Melhor idade! É uma duvida renhida,
Melhor seria que em nossa vida,
Não carecermos jamais de duvidar.
Melhor idade pra lá, melhor pra cá,
Nada disto consegue me convencer,
Que diabo é isso de melhor idade,
Se o velho sequer ganha paridade,
Seu ponto forte é pensar em morrer.
Ouvi um senhor que parecia ferver,
Espumava de tanto que praguejava,
Remédios dos quais ele precisa,
O seu paco dinheiro não disponibiliza,
Alimento necessário não comprava.
Melhor idade é aquela cuja dádiva,
É não ficar a sentir pelo corpo a dor,
É enxergar o que há a sua frente,
É não sentir os membros dementes,
Fora isto, todo o resto é um horror.
Quem é o pai desse ato, o criador?
Acredite foi um jovem ou um politico,
Mas sua vez por certo há de chegar,
Por socorro, este poderá chamar,
E ninguém escutará seu longo grito.
Melhor idade! Conteúdo de pinico,
Saúde boa! Pra quem olha e não vê,
Dói aqui, dói ali, vamos todos na boa,
Jogar cartas, na praça ficar atoa,
A espera do manto negro a descer.
Rio, 19/08/2012
Feitosa dos Santos