A Sinfonia dos Pássaros
Minha cidade por adoção
A qual me abraçou carinhosamente
Caminha devagar rumo à evolução
Melhor assim, do que de ré minha gente
Não vou lhes dizer o nome agora
Para não despertar a chata ciumeira
Uma dica que lhes dou que ela é Santuário
Um pedaço desta terra brasileira.
Foi exatamente nesta cidade
La pelas cinco horas da madrugada
Que o silêncio me causou curiosidade
Senti falta do canto da passarada
Senti-me abandonado e cheio de ansiedade
Bem ao lado da Igreja Matriz bem iluminada.
Mas logo ouvi um galo cantar
Com sua reputação nacional
Parecia um maestro dando a hora de começar
O nosso grande show musical
Ali começou a sinfonia da passarada
Era à hora da nossa gente ser despertada.
O coral dos pardais
Ave muito conhecida
Ingressou com canto lírico
Agradecendo o dom da vida
Mas para grande desapontamento
Houve uma desafinação inesperada
O resto da passarada no acompanhamento
Caiu foi na gargalhada
Mas o autor da falha se explicou
Alegou estar muito gripada.
O grande sabiá Laranjeira
Acostumado a dar show matinal
Acompanhado pela Bem-Te-Vi fofoqueira
Iniciou com um canto genial
Todas as aves ficaram encantadas
O “aplauso” foi geral.
Sanhaço nobre ave azulada
Na amoreira frutificada pousou
Ali já coletava seu café costumeiro
Contemplado pelo canto da corruíra animada
Entrou foi em desespero
Nunca ouviu música pior
Então entrou na cantoria
E o canto ficou melhor.
Ali naquela cidade do interior
Ainda da para ouvir o pássaro cantar
Sentir o cheiro gostoso da flor
Sem sentir nenhum pulmão reclamar
Fazer rodas de conversa entre amigos
Sem o perigo de alguém nos assaltar