UMA POESIA AOS BANCOS
Aprendi a dever.
Gente, como é bom dever.
É bonito conferir o extrato.
E eles debitam juros exorbitantes.
E a gente ri, porque não vai pagar.
Não porque não quer, porque não pode.
Então, essa festa vira Rock in Cio.
E poetas não tem anistia.
Como teve a presidente ou presidenta!
Só que eu nunca assaltei banco.
Nem sequestrei embaixador.
Mas tá tudo bom...tá tudo bem.
Meu cheque especial é um bueiro!
E bummmmmm....explode.
Mas não cubro.
Não sou cobertor!
Amanhã acordo com um oficial.
De injustiça à minha porta.
Intimação. Penhora de bens.
Que bens? amigo. Não sou Mercedes.
E ele volta com tudo.
Geladeira, fogão, microondas,
ferro de passar, tv...camisinha,
cueca, meia, lençol, cobertor...
Só posso alienar o meu amor.
Ao Brasil...E vá pra puta que o
PARIU.
Ou...à sua mãe...o que dá no mesmo.