UMA POESIA AOS BANCOS

Aprendi a dever.

Gente, como é bom dever.

É bonito conferir o extrato.

E eles debitam juros exorbitantes.

E a gente ri, porque não vai pagar.

Não porque não quer, porque não pode.

Então, essa festa vira Rock in Cio.

E poetas não tem anistia.

Como teve a presidente ou presidenta!

Só que eu nunca assaltei banco.

Nem sequestrei embaixador.

Mas tá tudo bom...tá tudo bem.

Meu cheque especial é um bueiro!

E bummmmmm....explode.

Mas não cubro.

Não sou cobertor!

Amanhã acordo com um oficial.

De injustiça à minha porta.

Intimação. Penhora de bens.

Que bens? amigo. Não sou Mercedes.

E ele volta com tudo.

Geladeira, fogão, microondas,

ferro de passar, tv...camisinha,

cueca, meia, lençol, cobertor...

Só posso alienar o meu amor.

Ao Brasil...E vá pra puta que o

PARIU.

Ou...à sua mãe...o que dá no mesmo.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 24/07/2011
Código do texto: T3116415
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