O VAMPIRO DA MEIA-NOITE E MEIA
O vampiro da meia-noite ronda o meu pescoço.
Melhor seria dizer, da meia-noite e meia,
que, em se tratando de vampiros,
os caras não se ligam em hora cheia,
podendo atacar a qualquer momento
para morder uma jugular indefesa
e jantar, como nós jantamos, à mesa.
Vampiros, em todas as noites, espreitam.
Vampiros vivem no nosso lado mais escuro,
silentes e traiçoeiros, com seus dentes afiados,
seus olhos sem brilho, suas mãos macilentas;
sem temer, das noites, as tormentas,
fugindo dos dias em grotas soturnas,
até que a noite os instiguem a sair
em suas tenebrosas incursões noturnas.
Réstias de alho estendi na porta.
Balas de prata no meu revólver ilegal.
Água benta retirei da geladeira.
Estou pronto para a luta.
Vade retro, não caia dentro,
senhor vampiro caquético,
que aqui o pescoço é mais embaixo.
Vá tomar biotônico.
Vá beber uisque com plasma.
Devolva-ma logo a calma,
que eu só quero sono e cama.
- por JL Semeador, início da madrugada de 24/06/2009 -