Fingimento
Antes, a escola era para mim
O meu refúgio.
Hoje o tempo passa,
Tic tac Tic tac e eu não aguento mais.
Barulhos, estudos,
Trabalhos em meio a todos
E sorrisos forçados.
É como se fossemos todos robôs
Controlado por algo que não
Lhe deixa ser verdadeiro.
Como se fossemos presos
Dentro de caixinhas,
E obrigados a ser de um jeito.
Não falo da escola em si
Mas sim, das pessoas.
Em casa tenho que estar
Feliz e sorridente o tempo inteiro,
Não quero que ninguém saiba
Não quero que ela desconfie
Não quero que ela se preocupe.
Quem? Minha mãe.
Tenho que fingir não sentir
Tenho que fingir que não sou assim,
Para protegê-lo de sentir o pior.
Culpa, remorso, tristeza, eu sei lá.
Fingir não sentir, fingir ser alguém
Que não sou.
Carregar o peso de ser uma
Filha sem pai presente,
Isso dói.
Dói todas as vezes que imagino
Como seria se ele estivesse aqui.
Dói não ser suficiente para ele
Para ela, e para mim mesma
Por que estou deslocada,
Mesmo sabendo que tenho casa,
Não me sinto em casa.
Será que sempre serei assim?