Fingimento

Antes, a escola era para mim

O meu refúgio.

Hoje o tempo passa,

Tic tac Tic tac e eu não aguento mais.

Barulhos, estudos,

Trabalhos em meio a todos

E sorrisos forçados.

É como se fossemos todos robôs

Controlado por algo que não

Lhe deixa ser verdadeiro.

Como se fossemos presos

Dentro de caixinhas,

E obrigados a ser de um jeito.

Não falo da escola em si

Mas sim, das pessoas.

Em casa tenho que estar

Feliz e sorridente o tempo inteiro,

Não quero que ninguém saiba

Não quero que ela desconfie

Não quero que ela se preocupe.

Quem? Minha mãe.

Tenho que fingir não sentir

Tenho que fingir que não sou assim,

Para protegê-lo de sentir o pior.

Culpa, remorso, tristeza, eu sei lá.

Fingir não sentir, fingir ser alguém

Que não sou.

Carregar o peso de ser uma

Filha sem pai presente,

Isso dói.

Dói todas as vezes que imagino

Como seria se ele estivesse aqui.

Dói não ser suficiente para ele

Para ela, e para mim mesma

Por que estou deslocada,

Mesmo sabendo que tenho casa,

Não me sinto em casa.

Será que sempre serei assim?

Regiane s Vieira
Enviado por Regiane s Vieira em 07/09/2022
Código do texto: T7600513
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.