Vó
Vó, que de um sopro sublime nos veio, qual Adão e Eva.
Vó, que ao pó, hoje, a vida leva.
Vó, que em teu seio abrigastes o gen de teus ancestrais,
que fostes mãe e por vezes, pai.
Deixaste-nos órfão de teu afeto e de teu “ SABER MAIS “ .
Hoje, o farfalhar das folhas e os reboliços dos pássaros, silenciaram.
O dia azul, gris amanheceu.
Não vimos nada ou não queríamos ver.
O “ TER VOCÊ “ conjugar-se-á na candura de um bucólico passado
e seus passos, em terra firme, outrora perenemente marcados ,
será o mesmo chão, que em nosso futuro,
trilharemos, calçando o sapato de suas pegadas.
Fizestes, heroicamente, do torto o reto.
Deixastes os dias, incompletos.
Deixastes um vazio e a crença vã no “ PARA SEMPRE “
e revela-nos, com sua ausência, o ledo engano.
Ao cerrar as cortinas de seu espetáculo,
além de dias incompletos, meses e saudosos " porquês"
deixastes órfão de seu afeto, também, um neto Ademir Marquês .