O avô da Gabiroba

Muitas vezes, por traquinagem, as crianças da gabiroba

Escondiam as botas do avô, trabalhador das plantações,

E iam esconder-se embaixo do rancho,

Esperar o velho para rir da sua procura

O avô dava mil voltas ao redor da casa

Balançava as mãos de um jeito engraçado

Esbravejava em italiano

Os netos tapavam-se a boca para o avô não ouvir as risadas

Tão logo a avó chamava para tomar café, as crianças saiam por trás do rancho

E diziam estar catando amorinhas no mato

Colocavam as botas do avô ao lado do tanque

A avó dizia que o velho estava ficando gagá

Muitas vezes, por traquinagem, o avô da gabiroba

Deixava suas botas na porta de casa antes de sair para trabalhar

E ia esconder-se na cozinha, ao lado do fogão à lenha

Esperar os netos acordar

Via-os pegarem suas botas e correrem para o rancho

Sorria e ia encenar ao redor de casa

Balançava as mãos, esbravejava em italiano

Esbravejava mais alto que os risinhos dos netos

A avó balançava a cabeça e os chamava para o café

Não era época de amorinhas de mato

As botas apareciam no tanque

A avó pensava que o seu velho estava ficando a cada dia mais criança