Do mesmo sangue

Do mesmo sangue

Me adesculpe

meu aió, meu gibão

não arrepare

nesse calo na mão

não se admire

com essa triste feição

não se desgoste

com a pouca educação

não recrime

se não tenho instrução

não olhe assim

pro meu olhar solidão

não arrelie

se não peço perdão

por ser mais rude

do que pedra no chão

é que não sou

dessa vida aqui não

meu caminho é outro

sou lá do sertão

minha vida é outra

é o viver do sertão

mas se entender a genética

desse mundo cristão

pode me aceitar assim

que sou seu irmão

é que toda família

se espalhou feito grão

uns vivem por aqui

e outros lá no sertão

todos do mesmo sangue

quer queira quer não.

Rangel Alves da Costa

blograngel-sertao.blogspot.com