Eterno ventre

Eterno ventre

E eu que pensei

já ter nascido e crescido

somente agora sei

desse existir iludido

porque ainda sou embrião

sou do seu doce ventre

e não desse chão

jamais serei dado à luz

nem nascido feito grão

porque no útero onde vivo

tão filho e tão criança

tanta inocência esperança

não deixará nunca de ser

a casa de onde me despedi

sem jamais me separar

sem jamais ter de partir

sem molhar de sangue o cordão

porque não poderia viver

sem continuar dentro de ti

sendo eu e sendo você.

Rangel Alves da Costa

blograngel-sertao.blogspot.com