Delírios
Se Deus um dia olhasse a Terra
E visse meu estado, na certa,
Entenderia o meu viver desesperado.
Nunca tive sonho meu realizado.
Por mais modesto e banal,
Isto me foi negado.
Depois de mais um sonho
Tristonho, eu volto pro quarto,
Quero chorar, nada mais.
Quem sabe um outro dia, mais um,
Outro talvez. Quantos outros
Serão preciso, nem sei.
Tudo para mim é sonho,
Tenho medo de acordar.
Mais é preciso, amanhã é
Outro dia. Tenho certeza, será
Melhor. Bem melhor.
(Escrito por meu pai: Cláudio Borges de Azevedo)