Pai
Sabe pai,
Tu nunca seguraste minha mão,
Tu nunca choraste comigo,
Tu nunca deste o que não teve,
Tu nunca recebeste,
Tu podias ter me ensinado a ter amigos,
Tu terias tido também,
Quanto que vivemos juntos sem nunca nos olhar,
Quantos dias passados sem ao menos nos saudar,
Sinto tanto esse tempo perdido,
Mas não posso ser um poço de egoísmo,
Não posso cobrar de ti,
Pelo que não recebi,
Hoje na posição de pai, vejo como é difícil a missão de dar,
Percebo quanto doloroso é ficar sem par,
Derramei muitas lágrimas na vida,
Hoje elas estão contidas,
Carregadas de muitas saudades não vividas,
Mas na minha mente ficará gravada,
A última lágrima que tu deixas-te em vida.
Eduardo Gragnani 2006