Para um comentarista nota dez (ou puxa saco (no bom sentido)) - Meu filho





Bem que eu antes disse
Fazer poema é uma coisa fácil...
Agora então que tenho
Filho acompanhando,
Lá em Feira, estas besteiras
Que escrevo,

Agora sim atrevo
A dizer até que faço poesia
E pela fascinação desta alegria
De tê-lo como crítico
Dos meus textos
Sob nenhum pretexto
O deixarei a ver navio
Quando navegando.

Embora Navegante
Seja este meu filho
E viva assim meio distante
-fisicamente- brilho
Porei, se isto for possível,
Em cada texto doravante.

Para que meu Navegante
Navegue sempre
Prazerosamente
Por este mar
Do meu nome
E da minha própria
Pessoa. Que esmiúce
Amiúde o meu “Eu”
Que por certo
Imagina conhecer
Mas não conhece!...

Os mares e as marés
São inconstantes
Às vezes, mas às vezes,
Também, são previsíveis.

Farei versos bons
Versos dolentes
Versos de bombons
Versos adolescentes
Pra que a emoção perdure
Por mais algum tempo
Pois sei que versos tristes
Leva-nos mais depressa
Para o céu... Se é que ele existe.

Mas fica esta promessa
Já e aqui, de fato e de direito
Em duas vias assinada
Para os devidos fins
Com as testemunhas
Identificadas
De que: Quase todo dia
Ele lerá um “novo” trecho
Do infra assinado

Os.: O “novo” está assim grafado
Porque na minha cafua
Existem muitas páginas
Ainda guardadas que quiçá
lhe diga respeito.

O quase é significante!