Eu tinha um netinho



31/03/06


Eu tinha um “Netinho”
bem pequenininho
quando ele falava
mal o entedia
escrevi, para ele, poemas
que ele nem lia.

E assim crescendo,
Ele era e é a poesia.

Meu Neto, parceiro secreto,
dos meus sonetos.

Eu ligo e Ele atende...
Pergunto: Ta ai?
E ele diz: “Ôi Vovozinho!...”

Parece marca registrada
Qual é? E qual nada:
É a minha poesia falada
- se é que ela existe,-
forte e viva!.. Consagrada!

Meu “Negão”! Forte e arisco
como a ponte e o rio...
um vai por baixo o outro é o estio!...
Um é o leito o outro é um “Vô”
sozinho!... E nada
de “ciuminhos”, da Vó, da “Huga” e “Rios”,
Tias e Padrinhos, “Menina”
Sou mais “Eu” e mais nada!...
A minha rima pára no “Vovozinho”!...

Se encontrasse um poeta para meus versos
contrariava o bom-senso e chamava “Latino”
pra fazer uma festa lá no seu Ap.

Ele, por certo, ficaria, a princípio,
quieto depois dançaria mais que
Seu Avô na vida inteira.

Seria uma farra... Seria bom vê-lo feliz!
Quando o Show acabasse ele voltaria,
Cansado, mas satisfeito,
Para o peito do seu “Vovozinho”!...