Retrato de pai e mãe
Sob um caramanchão de estefanotes,
Num banco de jardim à luz do dia,
Sentados, um casal com seus filhotes,
O pai lia o jornal e a mãe ria...
De qual felicidade ela riria?
Dos filhos que a cercavam aos pinotes,
Da paz que nas notícias ainda havia,
Dos passeios a cavalo em leves trotes?
Ou ria só por sorrir à luz do dia?
Sorrir praquela mãe ainda é costume
De quem ama em bondade reluzente,
E o pai que sempre a tem em companhia,
Com tempo adquiria mesmo lume:
Herança em testamento a sua gente.