LIBERDADE

Escuro do mundo, do beco, do quarto

Cegueira do homem, do corpo, dos olhos

Prisão dos homens, da vida, da liberdade

Falta do saber, do conhecer, do saber o que fazer

Verdade que liberta, liberdade que não vem

Falsas falácias que continuam a preservar a verdade

Sinto que vem, hora destas, minha vez, e sei que vou dizer

Solto o verbo, sem nenhum adjetivo que me defenda

Reciclo o que voltou, junto o que restou, amontôo tudo e faço o pico

Subo ao cume, vejo o resto de mim abaixo de tudo o que fiz

Meus atos estão acima da carcaça que fica junto a terra

Levo a verdade, as falácias, os contos e não conto quantos foram

Ouço o canto dos anjos, das cigarras, do vento e do silencio

Esperei, cantei, disse tudo o que pude, agora do alto, sei que veio

É certo que aqui tenho o poder de dissipar minha energia aos ventos que tanto me diziam

Agora, apenas, simples e clara, a chamo de real e intensa, liberdade