O MENINO

Um menino pequenino

nos seus olhos de criança,

sonhava para o caminho

longas retas de esperança.

Olhava pelo postigo

Para ver a luz do dia,

Sempre fechado no abrigo

À medida que crescia.

O tempo lá foi passando,

O menino foi crescendo,

Nem podia acreditar

Nesse mundo que ia vendo.

Eram cidades inteiras

Em ruínas e desertas,

Alguns trapos de bandeiras.

Um horror de descobertas...

Fumos negros e os odores

A sangue já ressequido,

São agora mais duas cores

Que passam a andar consigo.

E perguntou para si:

Como seria aquele Homem

Que tudo aquilo fazia,

Poderia ser igual

Ao homem que em si crescia?…

José António de Carvalho
Enviado por José António de Carvalho em 29/08/2024
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