Esperança
Afanaram meus olhos
Os levaram para longe de mim
Já não enxergo as cores
Já não há brilho aqui!
Me roubaram os sentidos,
Me tiraram o paladar...
Deixaram apenas as marcas
Da lembrança que gosto de ter.
Levaram-me o gosto de tudo
Já não tenho o oásis,
Não vejo a fonte que antes me supriu...
Nem céu azul, nem sol.
E neste leito amargo,
Nem toque, nem cheiro
Que me faziam sentir viva
Tenho sede de esperança!
Resta a sede, a fome, o desdém...
Resta lutar com as horas falidas
Por um mísero gole de otimismo.
Acreditar ainda é a arma que me cabe.
Ainda que o sonho não caiba
Na única fresta me advém,
Sem o abraço da ESPERANÇA
Temo sucumbir antes do amanhecer.