Esperança

Afanaram meus olhos

Os levaram para longe de mim

Já não enxergo as cores

Já não há brilho aqui!

Me roubaram os sentidos,

Me tiraram o paladar...

Deixaram apenas as marcas

Da lembrança que gosto de ter.

Levaram-me o gosto de tudo

Já não tenho o oásis,

Não vejo a fonte que antes me supriu...

Nem céu azul, nem sol.

E neste leito amargo,

Nem toque, nem cheiro

Que me faziam sentir viva

Tenho sede de esperança!

Resta a sede, a fome, o desdém...

Resta lutar com as horas falidas

Por um mísero gole de otimismo.

Acreditar ainda é a arma que me cabe.

Ainda que o sonho não caiba

Na única fresta me advém,

Sem o abraço da ESPERANÇA

Temo sucumbir antes do amanhecer.

Brenda Botelho
Enviado por Brenda Botelho em 11/07/2024
Código do texto: T8104553
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