Redenção
Está minh’alma ao largo de um rio
Onde deságuo toda a minha dor
E a água corre direto pro frio
Tão perto, tão longe do equador
E a alma sacode meu corpo vadio
Tentando espantar esse meu torpor
Mas tudo é tão cinza, um imenso fastio
Nem mesmo o arco-íris parece ter cor
E então sopra um vento uma tênue canção
Que diz que o amanhã já bate na porta
E que quem chegou é a redenção
Que à mentalidade humana exorta
A resgatar a combalida compaixão
E a empatia, mulher negra quase morta.