FILOSOFIA DA ESPERANÇA

Um filósofo louco delirante

expeliu com voz forte retumbante

palavras que nos paralisaram

por bem mais que um instante

Não sei se fui eu

mas aquele ser falante

pôs em meus olhos

um brilhar de diamante

Aquele sábio rouco alucinante

proferiu com olhos flamejantes

palavras que nos empolgaram

por bem mais que um instante

Nos laçou a todos

com seu ideário exuberante

E eis que estávamos presos

em seu sonho cativante

E a esperança surgiu das cinzas

com seu andar cambaleante

E logo ereta se movia

seduzida por um ideal provocante

Será que tudo tem jeito?

Pergunto-me de agora em diante

Pra entender não precisa ser gênio

Nem ter cérebro de elefante

Acreditar que tudo tem jeito

É um vício bem recalcitrante

Asas de beija-flor movem o ar

Não se lança aos porcos diamantes

Minhas palavras jogadas ao vento

perdidas no mar, em alto-falantes

Se não compreendes meus versos

não me venha com esse ar ruminante

Se não posso mudar o mundo

vou tentar algo semelhante