SEREI UM GRÃO DE AREIA

SEREI UM GRÃO DE AREIA

 

Cada dia é um breve momento,

Ou um passo na imensidão,

Como estrelas do firmamento,

Que se acendem na escuridão.

 

Certas vezes somos rochedo,

Gravitando em feroz cinturão,

Pois se Júpiter já me dá medo,

Imagine o meu Sol como chão.

 

Meu pecado será meu querer,

Pois é sério que vou viajar,

Mas antes só quero aprender,

Para logo eu poder ensinar.

 

Pois vejo a vida num contrato,

Em que sou carteiro e garçom,

De tudo que for stritu ou lato,

Ou do que servir para ser bom.

 

Toda alegria que aflora em mim,

Ocorre quando presto socorro,

Onde faço as vezes de serafim,

Mesmo a escalar cada morro.

 

Eu sofro se não posso ajudar,

Porque essa é a minha sina,

Pois vencer a morte no mar,

É crer que a vida me ensina.

 

Ser bom é composto de amar,

E o mal se conflita com o bem,

Por isso quem vai para o mar,

Requer ser irmão de alguém.

 

Então, serei um grão de areia,

Nas sobras de cada erosão,

A olhar para o mar e a sereia,

E pedir só a Deus o perdão.