SÓ HÁ UM DESTINO

SÓ HÁ UM DESTINO

 

A humanidade sempre procura,

E assim se caminha na Terra,

Em meandros na busca de cura,

Para dor que nunca se encerra.

 

Frente aos rios revoltosos,

Ela enfrenta a toda pirraça,

Se o duende esconde ovos,

Que dispunha de sua caça.

 

Uns só querem ter alimento,

E outros buscam apenas glória,

Mas o fruto só dá no tempo,

Quando a graça for meritória.

 

Muitos querem mil destinos,

E só acham em deltas de Nilo,

Mas todos já não são meninos,

Ou nem sabem o peso do quilo.

 

Nós não temos dois tinos,

Até onde só tenho uma lua,

E por isso só há um destino,

Na verdade tão crua e nua.

 

Mas se eu quero eternizar,

Cada passo em cima da terra,

Deixo mais que o gole no bar,

Escrevendo no topo da serra.

 

Pois assim, o vento levará,

Cada artigo da lei de Minerva,

Para um dia a maré lapidar,

A areia que a concha encerra.