PARADOXO
Antes que venha a dor d'alma
ponho meu espírito a vagar
por caminhos que o sábio
ainda encontrará no vento...
Sou o falcão que voa suave
e depois de eu ser alma, flutua,
adormecida no espírito que ver,
o rouxinol dos segredos d'amores!
Ó, aranha, que desces a teia
sem perceberes o indicador
que desmancha para ir além...
da minha liberdade por Oxalá.
Assim, não serei por ventura
a bem aventurança do amar
como os colibris no jardim
de flores que tardam à chegar:
"Se todo amor não fosse tão grande,
eu talvez não o teria encontrado!"
Sendo a dor do corpo em alma, o enfado
dos elefantes a passearem sem destino,
o bosque talvez não seria iluminado
pelas luzes do céu em sol de luares.
Antes que vinhesse a alegria em minha vida
eu não tardaria de encontrar canteiros
para abraçar em espírito adormecido,
o despertar da alma reflexível
pelas metáforas de uma vida.
Sérgio Gaiafi
"Este poema é dedicado à memória de
Farid Ud-Din Attar, o poeta."