PARADOXO

Antes que venha a dor d'alma

ponho meu espírito a vagar

por caminhos que o sábio

ainda encontrará no vento...

Sou o falcão que voa suave

e depois de eu ser alma, flutua,

adormecida no espírito que ver,

o rouxinol dos segredos d'amores!

Ó, aranha, que desces a teia

sem perceberes o indicador

que desmancha para ir além...

da minha liberdade por Oxalá.

Assim, não serei por ventura

a bem aventurança do amar

como os colibris no jardim

de flores que tardam à chegar:

"Se todo amor não fosse tão grande,

eu talvez não o teria encontrado!"

Sendo a dor do corpo em alma, o enfado

dos elefantes a passearem sem destino,

o bosque talvez não seria iluminado

pelas luzes do céu em sol de luares.

Antes que vinhesse a alegria em minha vida

eu não tardaria de encontrar canteiros

para abraçar em espírito adormecido,

o despertar da alma reflexível

pelas metáforas de uma vida.

Sérgio Gaiafi

"Este poema é dedicado à memória de

Farid Ud-Din Attar, o poeta."

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 06/01/2021
Código do texto: T7153199
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