Cidade-forte

Vira-tempo. A viagem,

A lembrança traz de novo

A história aqui.

Novas são as cores reveladas.

Preto e branco,

já não são assim.

Tons de lilás azulam o céu.

Reluze o ébano,

Afave o fel.

Vilas povoadas de figuras,

Vultos e paisagens

Haiters são de mim.

Probabilidades de amanhã,

Nozes ocas,

Serão sim, jardim.

Setas, estradas,

Palantír, clarins.

Quadro rasgado,

Um mal que desfiz.

Despojos guardados

até ontem

Eram um troféu feliz.

Nada como cicatrizes

Por verdades,

Para a ilusão ruir.

Vestes roídas.

A traça roeu

o ouro de tolo.

Tanto, não sou eu.

Lordes e senhores

Heróica cidade forte,

Vêm um esquadrão!

Teus adversários

Nada são, além

Da pauta de tua canção.

Tarde se dorme.

Trabalhos sem fim.

A mente desperta

Descansa de si.

Leve, não se perde.

Nada mais importa,

A não ser, o sim.

Aceitou a sorte de chorar,

enquanto outros

Podem muito rir.

É agora ou nunca,

Tu deves seguir.

Parada é ruína,

Queres decidir?