ESCOLA SOB AS ESTRELAS

ESCOLA SOB AS ESTRELAS

Num certo canto do mundo,

sob as galhas de uma árvore,

Mesmo sendo um chão imundo,

Era uma escola sobre um mármore.

Como um bonsai em um segundo,

Fica pequeno, mas parece um gigante,

Lança raízes em caqueiro fundo,

E estica seu caule como fios de barbante.

Ficam alunos em bancos de bosque,

Sobre raízes que são um assento,

Cadernos e lápis se espalham ao vento,

Mas o aprendizado vem a reboque.

Puxados pelas mãos de galhos tão finos,

Estudam o cerne da vida sedenta,

Que encanta os olhos daqueles meninos,

Pela seiva que brota, escorre, aumenta.

E na sobra da tarde o sol se despede,

Trazendo as sobras das nuvens no céu,

Luar vai surgindo, no céu resplandece,

Mostrando estrelas num grande escarcéu.

E ainda aprendemos sob as estrelas,

Que mostram a galáxia em um espiral,

Mas são os segredos de luzes faceiras,

Como favos de mel dentro de um embornal.

Mas é nessa escola sob as estrelas,

Como as cachoeiras brilhando ao sol,

Que se aprende mistérios de todas maneiras,

Sendo as águas caindo em caracol.

Turbilhão de destinos, raízes rameiras,

Que ensinam à sobra de um baobá,

Barriguda também sombreando a ladeira,

Semeando o futuro que o mundo terá.

E naquela escola, menina estradeira,

Que sabe viver e aprendeu a beijar,

Já não vê com os sonhos, ó lua brejeira,

Sob todas estrelas, escolas que há!

Publicado no Facebook em 25/05/2018