À SOMBRA DA VIDEIRA -I

Hoje não, hoje estou cansada;

Hoje não vou escrever, cansada,

do caminhar nessa longa jornada...

Não, não vou escrever nada;

estou cansada da difícil e

longa caminhada...

Não vou reclamar de nada;

Não acusar ninguém;

vou apenas deitar e descansar...

Não vou escrever. Também

não quero ler. Estou cansada.

Estafada do difícil trajeto alçado...

Hoje só quero deitar nessa

relva macia, embaixo dessa

vide, cheio de uvas maduras...

Vou deitar aqui embaixo

dessa sombra fresca, onde

um pequeno riacho corre ao lado...

Chega. Hoje não quero pensar

em nada. Não quero resolver

nada. Não quero saber de problemas....

Não quero escrever, só

ouvir, os cantos dos passarinhos,

a fazerem os seus ninhos...

Estou cansada. As uvas caem

quase na minha boca. Então

chupo uma uva docinha...

E deito, e relaxo embaixo

dessa fresca sombra e

durmo. Amanhã, Deus proverá!

Maria Tereza Bodemer
Enviado por Maria Tereza Bodemer em 28/11/2018
Reeditado em 30/11/2018
Código do texto: T6514048
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