À SOMBRA DA VIDEIRA -I
Hoje não, hoje estou cansada;
Hoje não vou escrever, cansada,
do caminhar nessa longa jornada...
Não, não vou escrever nada;
estou cansada da difícil e
longa caminhada...
Não vou reclamar de nada;
Não acusar ninguém;
vou apenas deitar e descansar...
Não vou escrever. Também
não quero ler. Estou cansada.
Estafada do difícil trajeto alçado...
Hoje só quero deitar nessa
relva macia, embaixo dessa
vide, cheio de uvas maduras...
Vou deitar aqui embaixo
dessa sombra fresca, onde
um pequeno riacho corre ao lado...
Chega. Hoje não quero pensar
em nada. Não quero resolver
nada. Não quero saber de problemas....
Não quero escrever, só
ouvir, os cantos dos passarinhos,
a fazerem os seus ninhos...
Estou cansada. As uvas caem
quase na minha boca. Então
chupo uma uva docinha...
E deito, e relaxo embaixo
dessa fresca sombra e
durmo. Amanhã, Deus proverá!