Eu Criança
BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO
Não recebi do nosso Pai a dádiva da paternidade.
No entanto, me “bem resolvi” pela via da serena resignação e na crença de que, na infinita sabedoria divina, minha missão seria “Criançar”, por meio dos meus versos, a criança lírica que habita e, queira Deus, sempre habite em mim, na casinha colorida da minha imaginação poética.
Desta forma, presto uma homenagem a todas as crianças do Brasil e do mundo pela singeleza e puerilidade da poesia a seguir, desejando a todos, sem exceção, crianças do ontem, do hoje e do amanhã, que sempre cultivem a semente da magia e da fantasia, da beleza infantil e da doce inocência.
E nunca deixem de sonhar, não importa a idade, pois é na criança exterior (personificada pelos nosso filhos e netos), assim como na nossa criança interior, que vamos (e precisamos) encontrar a esperança necessária para vivermos felizes e sermos cada vez mais uma pessoa melhor
FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!!!
Meu poema a seguir:
“EU CRIANÇA”
Tem momentos
Que sinto uma saudade uterina
Um sentimento
De me aninhar
Dentro da vagina
E me esconder da vida ferina
E me isolar
Às vezes sonho repentino
Um delírio de menino
Em voltar no tempo
Por uma máquina
Uma obra fática
De algum genial inventor
Ou pelas mãos do Criador
Vontade vem intermitente
Desejo ser um adolescente
Ou simplesmente
Algo ainda mais precoce
Há um elixir para ser sempre jovem?
Enquanto nada disso surge
Enquanto a reminiscência se insurge
Me trazendo uma ânsia
Da minha saudosa infância
Um laivo de esperança
Impaciento-me, algo em mim urge
Preciso poetizar nesta dança
E na imaginação do meu verso
Bailando com ele, eu converso
E lhe peço:
“Me faz da poesia,
A minha fantasia
Me resgata sem tardança
Pois quero muito ser
Por meio de você
O meu Eu Criança”.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
(Todos os direitos reservados, na forma da lei 9.610/98)
12 de outubro de 2018