A Certeza e a Esperança (O rio que passou)
A Certeza e a Esperança
(O rio que passou)
A tua presença é um rio cauteloso
Que prudentemente se deixa desfrutar
Quando nela mergulho
Entre a humildade e o orgulho
Absorto, deixo-me afogar,
Pois sei que tu vens me resgatar.
O teu corpo é um rio voluptuoso
Que lascivamente se deixa seduzir
Quando nele penetro
Entre o orgasmo e o sestro
Exausto, deixo-me desmaiar,
Pois sei que tu vens me despertar.
A tua alma é um rio insidioso
Que dissimuladamente se deixa arrebatar
Quando nela me aprofundo
Entre o estéril e o fecundo
Perdido, deixo-me exaurir,
Pois sei que tu vens me nutrir.
A tua vida é um rio misterioso
Que enigmaticamente se deixa decifrar
Quando nela eu me debruço
Entre o suspiro e o soluço
Perplexo, deixo-me confundir,
Pois sei que tu vens me dirimir.
O teu amor é um rio lacrimoso
Que lamentosamente se deixa conquistar
Quando nele eu me encontro
Entre o sorriso e o pranto
Entristecido, deixo-me chorar,
Pois sei que tu vens me consolar.
( )
Tua presença, corpo, alma, vida, amor
Tudo isso o destino levou
Ficou no tempo, no vento e no pesar
A doce lembrança
Que acalenta a esperança
De um dia te reencontrar.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
Abril/2018