Há dias que o tempo parece parar
Há no ar um presságio de que algo vai acontecer
Mas nada acontece...
Ausência de ruídos ou movimentos
Ninguém fala sobre a dor nem o amor
Tudo parado.
Tudo estagnado.
Tudo inanimado.
O vento não balança as roupas do varal
As folhas do pé de carambola não caem
O passarinho não canta
Está também lá no seu ninho
Estático, como morto
Mas não está morto
Nada está morto ainda
O sangue ainda circula na artéria
O coração ainda bate ritmicamente 
O ar ainda adentra pelos pulmões
Mas hoje são todos e tudo como zumbis
Mortos vivos!
E eu circulo em meio à este quadro surreal
Ouço com maior lucidez o barulho das teclas enquanto escrevo
Fora de mim, nada há...
Nada!
O mundo silenciou,
e não foi para a banda passar
Não foi...
Porque hoje o tempo parou
Apenas o poema luta para fazer crer que ainda há vida.

Imagens: Pinterest 

Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 09/01/2018
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