EU E A LUA
A tarde grafita a luz vespertina
Sob transparente sombra
De rendas e cetins
Em perfeita glória escarlate!
Afugento-me do assobio do vento
Em busca de um oásis
De noites estreladas
Revestindo sonhos pela madrugada.
Uma fina penumbra triste
Esboçando rostos queridos
Chega, porém, mansamente navegando,
Na minha saudade doída.
Revisto-me, então, de esperança
Em meu silêncio transfigurado,
Repleto de eldorados sonhos,
Sob o encanto lunar que invade a noite.
O plenilúnio abraça a Terra
E acolhe os sorrisos reluzentes!...
No cinza dos concretos da cidade grande
Sigo minha sina, à deriva: eu e a lua, somente!