Poesia de Hoje
eu procuro a paz
como tantos mortais
escrevo como que realizando uma oração
se o que faço torna-se sagrado,
eis-me, então, duelando com palavras
na árdua tentativa de me encontrar
enquanto os meus vizinhos dormem
eu sofro, tentando entender mistérios da alma
nem que seja a minha própria
e chego perto
descubro o que nem eu mesmo sabia
e me espanto:
será isso o que se chama poesia?
continuo buscando
- como sempre
e temo em aceitar que só os idiotas são felizes
eu mesmo estou longe disso
depois de morrer um pouco em cada verso
eu releio tudo
e já me liberto
sei um pouco mais do que tortura
do que me impede de prosseguir
e acabo encontrando respostas, caminhos
já tenho por onde ir
e sigo
até que tudo se torne turvo outra vez
nem que seja no próximo mês