A NOSSA VOZ

Das fábricas, dos campos,

Façamos ouvir a nossa voz,

E se somos assim tantos,

Não mais estaremos sós.

Ceifeiros e secretárias saiam

À rua, num grito uníssono,

E que os burgueses caiam,

Num permanente sono.

Larguem todas as máquinas

Que aqui os aprisiona,

Sem jogos sujos ou tácticas,

Daqueles que os acondiciona.

Da força dos braços nascerá a raiz,

Vem rapaz ou rapariga,

Mostrar-lhes como se diz,

Na já tão velhinha cantiga.

Não mais os déspotas de outrora,

E se a tua voz for verdadeira,

Com a verdade namora,

Assim no campo a tenaz ceifeira.

E que o poeta cante tudo isto,

Perdurando pelo tempo,

Sabendo que está em risco,

O seu próprio alimento.

Alto o pendão se erguerá,

De uma nova sociedade aqui,

Só quem lutar saberá,

Quem ganhará no fim.

Jorge Humberto

20/04/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 24/04/2007
Código do texto: T462308