A NOSSA VOZ
Das fábricas, dos campos,
Façamos ouvir a nossa voz,
E se somos assim tantos,
Não mais estaremos sós.
Ceifeiros e secretárias saiam
À rua, num grito uníssono,
E que os burgueses caiam,
Num permanente sono.
Larguem todas as máquinas
Que aqui os aprisiona,
Sem jogos sujos ou tácticas,
Daqueles que os acondiciona.
Da força dos braços nascerá a raiz,
Vem rapaz ou rapariga,
Mostrar-lhes como se diz,
Na já tão velhinha cantiga.
Não mais os déspotas de outrora,
E se a tua voz for verdadeira,
Com a verdade namora,
Assim no campo a tenaz ceifeira.
E que o poeta cante tudo isto,
Perdurando pelo tempo,
Sabendo que está em risco,
O seu próprio alimento.
Alto o pendão se erguerá,
De uma nova sociedade aqui,
Só quem lutar saberá,
Quem ganhará no fim.
Jorge Humberto
20/04/07