" POESIA PRETENSIOSA "
Amanhã eu serei só lembranças
embaraçando os teus movimentos
mãos e olhar perdidos, me seguem
como vento de outono, que sopra, sopra
em harmonia com poemas
de beleza ímpar, mas inconclusos
(pressinto que há pausa)
em teu canto mudo e triste
tendo de permeio, já que insiste
a brisa que afaga teu rosto
e estanca as lágrimas
tal qual condão de estimular romances
aí, reside meu coração andejo
na busca incessante
de frestas em almas alheias
até o atracadouro final
porém, não te amo menos
amo tanto quanto amo, afinal...
por pura vaidade
e, avesso ao claro e insensivel sinal
abandono meu (nosso) passado
para sempre ser saudade.
Novembro de 1996, em SP.