OLHAI PARA OS CAMPOS DOS PUROS LÍRIOS

OLHAI PARA OS CAMPOS DOS PUROS LÍRIOS

Em nuvens de trevas, podridão e lodo,

avançou o exército da tirania, furioso.

Flores e gentes apavorados por todos os lados,

sob as patas dos cavalos altivos, impiedosamente esmagados...

Uma a uma, todas as penas da asa, arrancadas...

Uma a uma, todas as lâmpadas e velas, apagadas...

Mas a mulher saltou de uma estrela gigante que os olhos

não viam,

e se pôs à frente da cólera que todos temiam.

Bombas de ira ameaçando total destruição.

Armas apontadas, por cima dos escombros, na sua direção.

Olhai os campos dos puros lírios!, era seu grito de rebelião...

Libertai vossas almas e ouvidos!, era a sua canção...

Raios do sol da manhã e um cálice de paz era o que trazia

nas mãos...

Olhai para a vida que pulsa em vosso peito!

Olhai para o Cordeiro sem mancha e sem defeito!

Não façais de mestres o terror e o medo!

Não façais da morte o vosso precioso leito!

Um único sonho de criança destroçado,

um único grão de esperança massacrado,

uma única gota de sangue derramado,

é inadmissível!,

é vergonha monstruosa para vosso ser humanado!

Olhai para o campo dos puros lírios!

Não sejais de vós mesmo indignos!

Libertai vossas almas e ouvidos!

Não vos façais de covardes inimigos!

Olhai! Olhai! Olhai!

Mas as feras bestiais eram mortas e cegas,

e o ódio disparou suas balas e setas.

Tombou a mulher, tombaram tantos, choraram tantos!

Os raios, porém, misturaram-se ao cálice jogado ao chão...

Mais tarde, num tempo não muito longe dali nem ancião,

brotou no deserto nova fonte de águas iluminadas

e renasceram todos os mais belo lírios e encantos!

Olhai, olhai, olhai para o novo campo dos puros lírios!

Olhai para a luz dos puros de coração a sorrir para

as vossas filhas e filhos!