UTOPIA

Sou assim: um ser comum

Entre tantos iguais.

As minhas mãos lívidas

Trazem marcas delineadas

Da minha poesia rebuscada de versos,

Advindos de uma sensibilidade que machuca

Ao ver predominar injustas desigualdades

E dissipar-se, a cada dia e sempre mais,

A solidariedade e o respeito humano

Alicerces imaculados da nação dos sonhos meus.

Sou um ser comum, mas, oh! Meu Deus,

Inquieta-me o desejo ardente

De ser alguém diferente

E deixar para a posteridade

Não apenas os meus erros e acertos,

Mas somente, tão somente,

Minhas pegadas de ternura

Em construtos altruísticos,

Onde a poesia pudesse emanar-se decantada,

Num eldorado de sonhos e doces quimeras

Sob a luz de estrelas rútilas

Entre os florais em seus cântaros

No limiar de nova era.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 08/09/2012
Código do texto: T3871540
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