Estrada Por Onde Sigo...
Contente eu sigo pela estrada arborizada que muitas pessoas seguiram
Os meus olhos atentos e felizes certamente bem poucos viram
Pois numa reclusão sistemática em minha casa quase nunca contemplava o pôr do sol. Comecei a reparar inúmeros e lindos sorrisos pelo empoeirado e extenso caminho. Percebi a almejada alegria em cada convidativo e acanhado cantinho. Com as luzes que me guiavam como barcos perdidos ao imenso farol.
As portas enferrujadas foram completamente escancaradas pelas mãos dos inimigos. Tornando isso de fato meu singelo e único abrigo
Onde eu repousei por toda a tarde em uma cama improvisada.
Com estupenda serenidade eu fui abrindo aquele antigo portão
Um sarcástico sorriso entre os lábios para a fria solidão
O corpo forte novamente aos braços de minha eterna amada.
As mágoas destrutivas de minha alma foram derrotadas e expulsas
As tristezas avassaladoras estão plenamente afoitas e confusas
Porque o meu corpo tornou-se um templo imenso e impenetrável.
Nesse instante eu passeio, com os filhos e esposa, seguro e confiante
Os medos invariáveis que sentia não moldam mais o meu semblante
Posso pisar firmemente no chão de asfalto rígido e inquebrável.
O ânimo acordou perplexo desse sono deveras triste e profundo
Os pesadelos macabros e dilacerantes extinguiram-se de meu turbulento mundo. Foram invadir mentes impregnadas de pessimismo e pouco amor à vida. As manhãs e tardes desse inverno com muito mais vigor eu aproveito. Os pensamentos negros eu lancei ao abismo, me livrei em definitivo desse cubículo estreito. Disposto e com muita esperança, sem os temíveis sinais da horrenda ferida...
Alexsandro Menegueli Ferreira (06/07/12)