Chagas
Nas ruas desta cidade
Como num baile a fantasia
Certas pessoas trajam máscaras
E os lugares refletem nos espelhos
Inúmeras cores evasivas.
Quão assustador essa gente humana
Que se disfarça outras vezes com tintas
Os rostos ficam irreconhecíveis.
E numa compulsiva alergia
Sou risos a gargalhadas
Só que antes na entranha
As chagas...
Sangram e sangram
Um choro incontido de vergonha.
Meus olhos penetram a realidade das aparências
E num piscar incrédulo
Desaprova essa gente destituída de alma.
Transgressores dos bons modos
Supostos moralistas e imorais
Com infiéis condutas.
Vivendo num possível mundo de mentiras
Onde a verdade se da oculta por mero capricho.
Esses indivíduos enojam-me!
E um singelo carinho de um animal
Em busca de uma permuta
Faz-me crer a mim mesmo
Dando-me força neste contínuo itinerário
Nesta labuta...
Do querer compartilhar
Filosofias de vida
Através das muitas vozes que se desprende
Em prol desta humanidade que tanto amo!