LUZ

Vou acender a luz. O escuro já me incomoda.

Penso que precisava do vazio lúgubre para gritar pela luz...

Sinto saudade gostosa e tresloucada das cores tatuadas em minha vida e que, trancada em mim, recusei com infanta teimosia e perversa negação, contemplar...

Cresci, atravessei a porta, abri os olhos da alma e a luz impactante entorpeceu-me, assustou-me. Mas, que espanto! Encantou-me de tal forma e tanto que enfrentei o medo do belo e rendi-me às delícias, ao luxo de saborear a vida.

Despojada orgia de cores, nuances, esplendor.

Valéria Escobar