Eu e minha mochila.
Dia desses, pode ser que eu vá,
do outro lado do mundo
conhecer um pedaço.
Ver o sol que brilha por lá.
Querer, mirar e pisar fundo,
como sempre faço.
Ir voando, sem lenço, sem pouso,
como sempre ouso.
Se for, talvez conte
que fui e já voltei.
Na surdina,
fui, voltei,
não abri a cortina,
não falei.
Logo, não te encontrei.
Fui saber como é,
ver ao vivo,
feito Mata Hari, ou Tomé.
Ir secretamente,
sem alarde.
Na volta,
pode ser que comente,
num chat ou e-mail,
n'alguma tarde.
Na dúvida, ignore
ou me aguarde.
Tarde aqui, nublada ou ensolarada.
Constraste do que lá é madrugada.
Tarde, pode ser para tudo,
nesse fuso confuso.
Manhã, dia, noite, madrugada,
tarde para o que, sem eira nem beira,
virou poeira,
revelou um nada.
Dia desses, pode ser que eu vá...
Na dúvida, ignore...
Deixa esse papo pra lá...