VIÇO PERDIDO

Tudo se desvaneceu, tudo isto

é triste, o verbo amor silenciou-se,

nas poucas palavras, que ainda

teimam em ser proferidas.

Respeitamos o bem-querer de cada

um, enquanto o surdo silêncio se

instala nas janelas fechadas, para a

vida, de nossos dias, desfalecendo.

E eu que contigo sonho, vejo meus

sonhos sendo adulterados e mal

precavidos, não há palavras como que

amanhecidas, na corola das flores.

Longe vão os dias, de encanto e

procura, em que nos denunciávamos,

no momento aguardado com alegria

e tudo em que tocávamos virava oiro.

Construímos jardins, de nardos, avencas,

sândalos, orquídeas e jasmim, com as

nossas pequenas mão, repletas de afecto

e ternura, hoje jazem flores, a nossos pés.

O que nós fizemos? Porventura nada é

tão gravoso, que não se possa renunciar

a egos e pontos de vista, diferenciados,

para retomar o amor envelhecido pela aurora.

Ele só espera um sinal nosso, para voltar

a florir dentro de nossos peitos,

vamos, avante, agigantando este amor,

que tem tudo para vencer eternamente.

Jorge Humberto

23/10/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 23/10/2010
Código do texto: T2574149
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