EXPECTATIVA
Há tempos nos quais sou tudo
Em outros, um zero à esquerda
Dou voltas, profiro grito mudo
Sinto-me um poliqueta sem cerda
Há tempos que floresço em viço
Em outros, hiberno em negrume
Sou cabelo derruído e quebradiço
Não consigo adquirir bom volume
Há tempos nos quais “ensolareio”
Noutros, chovo torrencialmente
Nem com minha poesia, eu clareio
Labirinto fremido desta de_mente
Jazo na temporada chuvosa
Inquieto pensamento conturbado
Sei que a estação é “temporosa”
Como rosa, ainda há olor a ser exalado...