ÀS CRIANÇAS ESQUECIDAS

Ante meus olhos a folha branca.

O verso foge e não elucida quem lê…

morre uma criança por inanição,

e eu que só escrevo para sublevar

tudo isto. Meu grito é surdo ante

as pessoas que se julgam vivas neste

mundo, onde o segredo é sermos

uns para os outros a todo o momento.

Mães sem leite para os seus bebés

recriminam-se, mas a verdade é mais

forte ante a sua vontade e morrem crianças

a cada segundo no mundo inteiro.

As maleitas afrontam os petizes…

bastava uma casa de campanha para os

socorrer e dar-lhes anos de vida,

contra a demografia atroz e cínica.

Moscas invadem os rostos puros

e a doença se propaga intensamente,

colhendo os frutos ainda por madurar

que lutam pela sua sobrevivência.

Que posso eu gritar quando o silêncio

é mais forte do que qualquer clamor?

Que tenham piedade das crianças de

tenra idade e lhes tragam em mãos a vida.

O povo precisa de suas crianças sãs,

a crescerem livremente, para fazerem

parte da sociedade, em franco

desenvolvimento ou simplesmente

paradas no tempo atroz e voraz,

na vontade de mudança contra todas

as expectativas, que dão por cerces

o afloramento das novas flores.

A vontade tudo vence e nossas crianças

Africanas e Sul Americanas, hão-de vingar

no pouco que lhes resta, mas o Homem

há-de ser capaz de aflorar tudo isto e vencer.

Jorge Humberto

24/06/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 25/06/2010
Código do texto: T2340440
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