A BORBOLETA

Detendo os meus passos,

Absorvo o teu voejar...

Derramo os meus sentimentos

E, em teu encanto, me ponho a sonhar!

Paraliso-me ao encontrar-te

No fascínio dos jardins,

Tocando as pétalas veludíneas

Que faíscam sobre mim!

Quisera segurar-te num raio de sol

Ou nas pedrinhas de praia,

Mas tua alma peregrina,

Voejante, na mais bela sinfonia!

Bordarei os teus caminhos

Fazendo silhuetas de ti

E dar-te-ei o meu tempo

Entre cântaros de jasmins!

Segue o teu voo acrobático e terno,

Ruflando as asas violáceas,

Deslumbrante sob o teu céu liberto,

Misteriosa borboleta bela!

Mas venha pousar sempre terna,

Sob a égide do meu domínio

Ao som dos campanários

No crepúsculo vespertino.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 22/05/2010
Reeditado em 26/09/2014
Código do texto: T2272419
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