A BORBOLETA
Detendo os meus passos,
Absorvo o teu voejar...
Derramo os meus sentimentos
E, em teu encanto, me ponho a sonhar!
Paraliso-me ao encontrar-te
No fascínio dos jardins,
Tocando as pétalas veludíneas
Que faíscam sobre mim!
Quisera segurar-te num raio de sol
Ou nas pedrinhas de praia,
Mas tua alma peregrina,
Voejante, na mais bela sinfonia!
Bordarei os teus caminhos
Fazendo silhuetas de ti
E dar-te-ei o meu tempo
Entre cântaros de jasmins!
Segue o teu voo acrobático e terno,
Ruflando as asas violáceas,
Deslumbrante sob o teu céu liberto,
Misteriosa borboleta bela!
Mas venha pousar sempre terna,
Sob a égide do meu domínio
Ao som dos campanários
No crepúsculo vespertino.