SOMBRAS DE LUZ

Nesta minha pena

que me seduz

como uma luz

de além-mar

deixo-me divagar

entre o estar e o ser.

Nada quer e nada tem

sou como alma perdida

sem ponto de partida

que quer estar

inda antes de lá chegar.

Ânsia indomável

loucura que me espanta

não reconhece quem canta

sou como coisa nenhuma

que não faz falta alguma.

Sopram os ventos

só eu não sinto a brisa

que meio indecisa

não sabe de si

como eu de mim.

Triste poema escrevo

um poema que não há

deste lado de cá

onde doente

me vejo literalmente.

O fumo do cigarro tem brios

vai para onde quer

seja homem ou mulher

o ritual é igual

e muda-se o curso natural.

Subo ao cimo de mim

e no cimo me encontro

com o que não está pronto

fadiga intelectual

pensamento conceptual.

Valha a pena querer

valha o verbo amar

valha, valha continuar

amando incessantemente

hoje e futuramente

que o céu é o limite.

Jorge Humberto

03/02/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 03/02/2010
Código do texto: T2067604
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