VIDA DE SEMENTE

Como uma pequena semente

ao acaso do vento

de espigas abertas

prontas a deixar o embrião

num estado de vida latente

procuro apenas a mansidão

do brando tempo

que lenta

lentamente

me traz até ao chão

e das raízes cobertas

novas sementes germinarão.

Certas vezes sou uma semente

enorme

e como não tendo forças o vento

para me impor no ar divagação

vou pelas areias vagarosamente

meus passos na vastidão

e como quem não dorme

continuo minha viagem

por entre o deserto silente

de animais e sua variação

onde um dia a seu tempo

encontrarei meu chão.

Jorge Humberto

03/08/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 04/08/2009
Código do texto: T1736281
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