OUTRA VEZ

Sim. Tive o coração em frangalhos.

Mas não enaltecerei essa angústia em minha poesia.

Acaso não resta a semente

mesmo quando a fruta se esbagaça?

De que me vale a dor fratura-exposta

alimentando a piedade alheia?

Não. Minhas lágrimas serão minhas apenas

Que me lavem...

Que me levem os fragmentos de sonhos vencidos,

limpando o lugar que será ocupado

por outros sonhos ávidos à nascer.

Que venham então!

Que risquem na minha alma

outra vez as cores ilusórias do amor.

Eu prefiro assim.

Não me serve aprisionar o peito

em armadura de dor.

Esquece minhas lágrimas.

Presta atenção nos meus passos.

Estou outra vez no caminho.

Leilton Lima
Enviado por Leilton Lima em 23/07/2009
Código do texto: T1714667
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