NADA ALÉM DE UM MINUTO
Só um minuto, por favor,
Pra eu entender a vida,
Pra eu acordar do sonho,
Pra eu decifrar o enigma
De viver com essa aberta ferida,
Com essa angústia no peito,
Com esse desejo na carne,
Com essa dúvida na mente.
Só um minuto, no máximo dois,
Pra eu dizer que não posso,
Não quero, não devo
Viver assim perdido,
Sem estrada pela frente,
Sem alvorada no meu dia,
Lágrimas de chuva no rosto,
Ausência total de alegria.
Chega, basta, acabou!
Hoje, se a dor me visitar,
Podem dizer que não estou.
Quando vier o cobrador
Das minhas inúmeras dívidas
Esclareçam, que já foram pagas,
Anos e anos de culpas acumuladas,
Atualização e mora desmedidas.
Pronto, num estalar de dedos,
Eis que faço nascer o sol,
Que entra em meu quarto
Clareando a manhã cinzenta,
Descerrando o horizonte e a vida,
Fazendo crer que há, sim, saída
Para toda cela fechada,
Para toda situação dita impossível.
- por JL Santos, em 14/02/2009 -