A dor oculta da noite escura
Nas solidões dessas longas estradas,
O frio intenso a alma me invadia,
Das gentes, a decepção me feria,
E em tudo, a falta de afeto se alastra.
Deito-me agora, em sono simulado,
Mas que mistérios o sonhar encerra?
Vago noturno, em busca da quimera,
E o que encontrei, me é ainda ocultado.
Taciturno, em demasia, me encontro,
Quem de si dirá o que em mim se vela?
Mistério da alma, em pranto e assombro.
Na noite escura, a dor me flagela,
E o que em meu peito, em segredo, eu mostro,
É a solidão, que em mim se revela.